domingo, 14 de março de 2010

MULHERES NA POLITICA

Mulheres na política, por Maurício Michel Rebello*

Em ano eleitoral, é de bom grado realizarmos algumas avaliações relativas à política. Entre elas, encontra-se a participação das mulheres nos assuntos públicos. Ao longo do século 20, as mulheres conquistaram o direito de votar e serem votadas. Ainda que tenhamos avançado nos últimos anos, cidadãs brasileiras ainda lutam para adquirir maior igualdade no campo doméstico, no mercado de trabalho e na política.
A pouca representatividade feminina na arena decisória não é exclusiva do Brasil, entretanto, o Brasil está bem abaixo da média da maioria das democracias. Mesmo representando pouco mais de 50% da população brasileira, elas somente compõem 8% da Câmara dos Deputados, enquanto a média de mulheres em todo o mundo é de 19% (Inter-Parliamentary Union, 2010). Em relação aos governos estaduais, atualmente, no Brasil, há somente quatro governadoras, e são poucas as prefeituras comandadas por mulheres se comparadas com os homens.
Mesmo com a adoção de cotas na legislação eleitoral na década de 90, os partidos políticos não têm conseguido preencher 30% da lista em cargos proporcionais para o sexo feminino. Além de sofrer com o preconceito dentro do próprio partido, elas têm maiores dificuldades de obter recursos financeiros nas campanhas eleitorais.
Gostaria de chamar a atenção neste artigo para o fato de que estudos mostram que o comportamento feminino difere do masculino na arena política. Políticas públicas de maior interesse feminino seriam mais fáceis de serem representadas por mulheres, em uma nítida ideia de representação descritiva, na qual a representação ocorre por proximidade entre o mandante e o mandatário. Desse modo, uma série de medidas pode estar sendo deixada de lado pela ausência feminina na arena decisória, como, por exemplo: direitos reprodutivos, saúde feminina e proteção dos direitos feminino e infantil. Isto não significa dizer que toda mulher tenha o mesmo perfil ou o mesmo comportamento.
Uma maior participação política feminina torna-se ímpar para a democracia no país. Não é à toa que os países nórdicos (exemplos de desenvolvimento humano e democracia) sejam os que estão mais avançados na participação política feminina. É vital que os eleitores e eleitoras do país comecem a perceber a importância da presença delas na arena política. Provavelmente, uma das injeções de ânimo que nossa democracia precisa seja justamente esta.

*Bacharel em Ciências Sociais, mestre e doutorando em Ciência Política 

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com o articulista.
    Do meu ponto de vista, a ex(?)guerrilheira wanda, ou luiza ou estela, não se enquadra na classe das mulheres de verdade, estando mais para sargentão de milícia face seu aspecto bastante másculo!

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