sábado, 29 de maio de 2010

ACELERA BRASIL

Vilnei Maria Ribeiro de Moraes*
Diante da notícia de que o Brasil está produzindo mais automóveis que os EUA, é possível imaginar quanta gente, neste exato momento, está como o pé no acelerador rodando por este nosso imenso território.
Para muitos escritores (hoje devotos de santo Word), existe, e sempre existiu, algo que se chama insight ou inspiração que vem lá do estoque universal das ideias. Nos cronistas, também existe uma grande atenção ao cotidiano; por isso, antes da concretização de um fato, começam a lhes incomodar algumas coisas que sub-repticiamente vão embrutecendo o dia a dia e cooptando a mentalidade humana.
Na percepção da quantidade cada vez maior de carros em nossas estradas, o insight já revelava previamente que, em pouco tempo, toda aquela parafernália mecânica estaria trancada ou andando a passos de tartaruga nos engarrafamentos.
É excelente produzir carros sob o ponto de vista do maior número de empregos, faturamento e satisfação mercadológica. Porém, é chegada a hora de perguntar onde estão as estradas e infraestruturas semelhantes às dos EUA para suportar, sem danos irreversíveis à integridade física das pessoas, toda essa frota surgida assim de uma hora para outra. Como resistir a veículos cada vez mais belos e mais baratos?
Para não perder a capacidade de detectar as forças destrutivas do espírito saudável, a sensibilidade precisa ficar imune ao ruído da sociedade, que muitas vezes venera apenas o sucesso financeiro e seus momentos feéricos e imediatistas.
Mas, de qualquer sorte, apesar da ausência de estradas, havemos de convir que aqui nos recônditos da sociedade mundial é coerente todo esse encantamento por automóveis que são máquinas sofisticadíssimas, se, afinal de contas, os nossos ancestrais se encantavam com simples apitos e colares de vidro.Atualmente, ou melhor, desde sempre, para cada verdade surgem mil ilusões lucrativas. Por esse motivo, a cultura sempre foi a melhor lupa contra as fantasias utilmente estabelecidas. Cultura e raciocínio, combinados com inspiração, são capazes de impor um freio, muitas vezes considerado impertinente, à realidade consumista. Eles também podem indicar soluções que dependem apenas da inteligência: imagine-se, por exemplo, que imensa jogada de marketing se determinada montadora resolvesse adotar a duplicação ou a sinalização de uma grande rodovia; tornando assim muito mais simpático o seu produto e a sua marca!
Neste tempo de Copa do Mundo, é oportuno parodiar uma antiga música dizendo que este é um país que “um dia” ainda vai pra frente. Seria bastante louvável se ele e todos os demais países conseguissem, pelo menos, acelerar da maneira mais sensata possível nesta irrisória estufa onde todos vivemos.

*Engenheiro civil

terça-feira, 25 de maio de 2010

PRESIDENTE PALHAÇO

O Sr. Lulla da Silva deve achar que esse pais é um grande circo. E ele, como atual "diretor", tambem faz o papel do palhaço mais importante do Gran Circus Brasil. Senão vejamos: em cada pronunciamento que faz o mesmo faz questão de pronunciar um serie de piadas, gracinhas e gracejos. Como o faz sempre pago com o dinheiro da população, consideramos a isso um desrespeito para conosco, que somos OBRIGADOS, primeiro a pagar os impostos que sustentam o piadista, depois a ter que aturá-lo. Se conduzisse seu trabalho de forma mais séria e competente, saberia que o setor de Estradas desse pais precisa de 183,5 bilhões de reais para recuperação da malha rodoviaria. Lembram da Operação Tapa Buracos da ultima eleição? Segundo o IPEA, a União vai aplicar somente 13% desse montante nessa importante area do Brasil. Corresponde a apenas 24 bilhões do total necessário. Enquanto o palhaço-mor faz piadas, pessoas vão morrer, cargas vão se perder, muito dinheiro público, nosso, não do dele, vai ser usado para dar assitencia aos acidentados, sem falar dos seguros que terão que ser pagos, refletindo diretamente nos custos dos proximos seguros a serem feitos. Sugiro que o mesmo guarde suas piadas para usá-las com os milhares de baba-ovos e puxa-sacos que o seguem.       

EMENDA 29

O quadro apresentado pela Record e pelo Fantástico no domingo, sobre a Saude Pública, não seria esse, se fosse respeitada a Emenda Constitucional nº 29. Ela determina que a União deve investir 10% do Orçamento Geral da União, 12% dos Orçamentos Estaduais e 15% dos Orçamentos dos Municipios, em Saude Pública. Ninguem obedece, por isso as pessoas morrem por falta de médicos, de leitos, de remédios. No Programa CQC, da Band, no quadro Controle de Qualidade, o reporter pergunta a vários deputados e nenhum sabe responder, o que dá uma ideia geral do que se ocupam suas excelências quando estão em Brasilia, no trabalho. Só um deputado, Afonso Hann, do Rio Grande do Sul sabia o que era, inclusive dos índices que a tal Emenda determinava que fossem investidos na Saude Pública. O resto estava viajando na maionese. Quando a pergunta mudou para o que é REFIS, tambem não ajudou nada. Vários não sabiam o que era, inclusive um que se dizia Auditor Fiscal da Receita Federal. É o cumulo da estupidez. Outro deputado, um japa do Paraná, se negou a falar dizendo que o CQC ridicularizava com os deputados. Será que é o programa mesmo ou são eles que não se dão ao respeito? Não sabem nada do que estão fazendo. Pra que mesmo que eles servem?    

segunda-feira, 24 de maio de 2010

RAPOSAS DONAS DO GALINHEIRO

Hoje o dia está para Fauna, efetivamente. Raposas, porcos, galinhas. Mas de qualquer forma, vamos lá. Está em Tramitação no Congresso um projeto, que se aprovado, vai LIBERAR GERAL, como dizem os maconheiros desse Brasil. Trata-se de uma tramóia juridica, mais uma, onde o TCU perde seu direito legal de "paralizar" uma obra, quando há indicios de irregularidades, aquelas de sempre: super faturamento, desvio de recursos públicos, etc... . Se for aprovado esse projeto, esse poder passará a ser exercido por suas excelências, do Legislativo, que colocariam a Aurorização ou Paralização em votação. Considerando que o jogo da propina começa com a Apresentação de um Projeto, que terá sua verba destinada ou não, DEPENDENDO do apoio (comissão=propina) que o deputado ou senador negociar, para se empenhar na sua liberação, não é dificil prever o que pode acontecer. Ora, senhores, numa casa onde todo mundo tem o rabo preso, vai acontecer o de sempre, voce vota  pelo meu que eu voto pelo seu. E zéfini, estamos todos justos a acertados. Afinal, otários para pagar impostos é o que não falta nesse país maravilhoso. Basta lembrar o caso de José Sarney, que foi DEMOCRATICAMENTE absolvido pela "Comissão" de Ética do Senado. É o Brasil véio de guerra.  

domingo, 23 de maio de 2010

OS PORCOS NÃO ESTÃO SENDO ALIMENTADOS

No ano passado ou inicio desse, o Sr. Lulla da Silva, presidente da republica, afirmou, durante inauguração de um reles Postinho de Saude, que "não se dar com o dono dos porcos, não é razão para não alimentar os porcos", relacionando o ditado com o fato da inauguração do Postinho estar sendo feita em São Paulo, estado de José Serra, governador de SP e candidato a presidente da republica. Mas essa noite a TV Record apresentou matéria jornalistica que prova que Lulla não está alimentando porco nenhum, seja de que partido for o governador ou o prefeito da cidade. Desde SP, passando pelo Rio de Janeiro, Porto Alegre no RS, Serra no ES, e em vários hospitais, mostrou o péssimo estado em que se encontra a Saude Pública do Brasil. E Lulla ainda queria que Obama importasse o Sistema Único de Saude brasileiro. O Fantástico, da Rede Globo, tambem apresentou matéria sobre o envolvimento de pensões de aliciadores de candidatos a Exames Médicos com clinicas especializadas, por que o Sistema Único de Saude simplesmente não consegue fornecer tais atendimentos. A conversa é a mesma de sempre, NÃO TEM MÉDICOS. Mas sobram VIGILANTES contratados e seguranças diversos. E a razão desse sofrimento imposto aos brasileiros pelos politicos "administradores" é a mesma, em todos os lugares: CORRUPÇÃO. Mesmo pagando a maior carga tributária do mundo, continuamos sem Saude, sem Educação, sem Segurança, sem Estradas. As quadrilhas que a séculos roubam os contribuintes brasileiros não pretendem mudar nada, agindo sempre em nome da Democracia. Gostaria de saber que tipo de desculpas usavam no tempo do Império. Mas fato é que o episódio do MENSALÃO tornou mais facil o entendimento de como funciona o Estado/União brasileiro. Em Porto Alegre, corruptos, entre eles empresário de segurança, com apoio de policiais e participação até do presidente municipal do PTB, partido com dominio sobre a area da Saude no governo municipal da capital dos gauchos, MATARAM o Secretário de Saude do Municipio, o ex-deputado estadual ELISEU SANTOS, pelo fato do mesmo ter detonado o esquema de corrupção que ocorria dentro da sua Secretaria, o que desagradou desde o empresário até o presidente do partido dele mesmo. É a corrupção total. Eu vou dizer-lhes uma coisa: "O que confere LEGITIMIDADE a um Sistema de Governo é o grau de ACEITAÇÃO que o conjunto da sociedade lhe confere". Estamos vivendo uma Democracia, mas tambem existe Autocracia (ditadura), Monarquia, Teocracia, Oligarquia e por ai vai. Pelo que podemos observar, a defesa intransigente da Democracia no Brasil, é feita por politicos que se utilizam da Corrupção como meio de vida. E só por eles. Por isso mesmo eles garantem IMUNIDADE PARLAMENTAR e FORO PRIVILEGIADO para si próprios. Pensei nisso.         

sábado, 22 de maio de 2010

FALSIDADE, CINISMO, MENTIRAS, PROMESSAS, ENGANAÇÃO

Infelizmente, nesse pais, para se "vencer" uma Eleição, as armas mais usadas são exatamente essas: FALSIDADE, CINISMO, MENTIRAS, PROMESSAS e ENGANAÇÃO. Num momento de extrema importância, como é um processo eleitoral, quando deveriamos estar discutindo todo e qualquer projeto que significasse mais qualidade de vida para os brasileiros, estamos as voltas com o mesmo de sempre: comparações com situações de oito anos atras, simplesmente porque o pessoal dos ultimos oito anos não tem o que discutir. Tirando uma situação de facilitação da aquisição da casa própria e um desconto no IPI dos automóveis, ficaram impulsionando mesmo foi a Economia da Bolivia, do Equador, do Paraguay e de Cuba. Agora mesmo Lulla está cedendo , sabe-se lá de que forma, 500 milhões de reais dos brasileiros para a distante Grécia, que nada tem a ver com o Brasil, exceto por meia duzia de imigrantes gregos em nosso território. E com esse quadro, o que acontece com o "vencedor" é que o mesmo se acha no pleno direito de roubar tudo o que for possivel, desde que a Imprensa e o MP permitam. Em não havendo nada que impeça, Denuncias, será mais um festival de falcatruas, fraudes em licitações e todo tipo de roubos imagináveis. É o Brasil, infelizmente.    

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SENADO APROVA PROJETO FICHA LIMPA POR UNANIMIDADE

O projeto Ficha Limpa foi aprovado hoje pelo Senado. Os senadores levaram apenas uma semana na análise da proposta para dar tempo de entrar em vigor para as eleições de outubro. O projeto, de iniciativa popular, barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça.
Aprovado pela Câmara dos Deputados na terça-feira passada, o texto foi aprovado nesta manhã pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na comissão, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), concordou em retirar as emendas ao texto, evitando que ele sofresse alterações e precisasse de uma segunda rodada de votação pelos deputados.
À tarde, o vice-presidente da Casa, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), apresentou parecer autorizando a votação da proposta, apesar de a pauta estar trancada por quatro medidas provisórias e quatro projetos de lei do pré-sal. Esta tarde, por unanimidade, os 76 senadores presentes aprovaram o projeto, que segue para sanção presidencial.
Ainda há, porém, dúvidas sobre a validade do texto. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acredita que, se referendado pelo presidente Lula até 5 de junho, pode valer nas eleições de outubro. Os senadores apoiam este entendimento. A decisão final, no entanto, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre 20 e 30 senadores se inscreveram para discursar antes da aprovação do projeto. "Hoje, o Brasil começa a mudar. Hoje, o Brasil deixa de ser conhecido como o País da impunidade", disse Pedro Simon, do PMDB gaúcho.

terça-feira, 18 de maio de 2010

E PODE?

O mais novo "idiota" da diplomacia internacional provou mais uma vez que, com o nosso dinheiro, é fácil conseguir qualquer coisa. Por 1 bilhão de dólares, consegue até um acordinho de 24 horas com o Irã, que todos sabem, são completamente doidos. Lulla acredita que eles tem uma "Constituição Oficial". Por idiota, não sabe que a Lei do Irã é a Sharia, uma lei religiosa que está na cabeça dos ayatolás. E só lá. Ou seja, depende do que um ayalatolá ache que seja certo ou errado. E deu. Assunto acabado. Mas nós sabemos de uma coisa: o nosso mais novo disciplulo do Barão do Rio Branco era presidente de Sindicato. E todos nós sabemos o que isso quer dizer: negociatas e mais negociatas. Ontem, em nome de trabalhadores. Hoje, em nosso nome. E, hoje, como dantes, tambem está rolando os "negucinhos". Afinal, quem ainda não ouviu falar da Fazenda do Lullinha? Ou do outro filho, o pinguço junior, entrando e saindo de bancos em Berna, na Suiça? Depositando na Poupança do pai? A pergunta que fica é: esses emprestimos feitos com recursos brasileiros, pode? Até onde o presidente tem autonomia para fazer emprestimos internacionais, com os recursos do povo brasileiro? E o Senado, não diz nada?      

domingo, 16 de maio de 2010

PARLAMENTARISMO

 Sérgio da Costa Franco*

As eleições parlamentares da Grã-Bretanha, que determinaram a queda dos trabalhistas e a formação de um novo governo chefiado pelos “tories”, trouxe à baila, como sempre acontece, o debate sobre as vantagens e desvantagens do regime parlamentarista. A simplicidade com que se transferem as chaves da residência de Downing Street, de um chefe de gabinete para outro, sem ebulições nem passionalismos, seduz muitos analistas políticos, inclusive da nossa conflagrada América, onde prospera o presidencialismo, com o cíclico terremoto dos pleitos presidenciais.
Apesar do brilhantismo de alguns defensores do governo de gabinete, da saudável separação entre chefia de Estado e chefia de governo e dos mecanismos tradicionais do regime parlamentarista, confesso que ele não me entusiasma, nem acho que seja solução ideal para o Brasil. Vê-se que, mesmo na Grã-Bretanha, onde ele tem uma tradição secular de bom funcionamento, o gabinete do jovem “premier” Cameron só poderá constituir-se e obter apoio parlamentar mediante um conchavo com os liberais-democratas, integrantes de um partido que apenas obteve 9% dos votos. E esse conchavo poderá envolver, inclusive, uma reforma do sistema eleitoral, pleiteada pelos liberais, que são contra a eleição distrital e favoráveis à representação partidária proporcional. Em suma, um partido de escasso apoio popular poderá “dar as cartas” de uma substancial reforma institucional, que vai abalar o equilíbrio político da nação britânica. A representação proporcional, como ninguém ignora, é o fator básico para a multiplicação de partidos. E essa proliferação de legendas e de bandeiras, que nós estamos fartos de conhecer e de suportar no Brasil, em nada concorre para o engrandecimento da democracia.
O parlamentarismo já foi repelido em nosso país em duas consultas plebiscitárias. E isto já seria motivo para afastá-lo da pauta de debates. Mas eu me permito formular algumas perguntas e dúvidas que os mestres de Direito Constitucional e de Ciência Política poderão responder e esclarecer. Como se concilia o regime parlamentar com o bicameralismo, inseparável do sistema federalista? Os senadores, representantes dos Estados federados, ficariam reduzidos à condição de simples deputados, ao ensejo dos votos de confiança, num congresso unificado? Ou os ministérios teriam de responder sucessivamente perante as duas Casas do Congresso, sujeitos assim a uma dupla manifestação de confiança ou desconfiança?
E os Estados e municípios? Adotariam também o governo de gabinete?
Seria lógico que assim ocorresse, desde que o figurino institucional da União sempre foi o modelo de organização das unidades federadas. Em 1947, a tentativa de introduzir o parlamentarismo na Constituição rio-grandense foi repelida pelo Supremo Tribunal Federal, porque contrariava o padrão constitucional da União Federal.
Mas não consigo imaginar o gerenciamento de um município através de gabinete (ou órgão equivalente) submetido às vontades flutuantes e primárias dos vereadores. Estarei muito dominado pelos conceitos e preconceitos do presidencialismo?

*Historiador

TAMANHOS DOS PARTIDOS POLITICOS NO BRASIL

GRANDES (MAIS DE 1 MILHÃO DE FILIADOS)
Atualmente, existem 27 partidos em atividade no Brasil. Um critério para dividi-los por tamanho é o número de filiados. Porém, algumas legendas pequenas assumem maior relevância por terem um número significativo de eleitos e por influenciarem nas decisões de governos.

DEM PDT PMDB

PP PSDB PT PTB

MÉDIOS (MAIS DE 400 MIL FILIADOS)

PPS PR PSB

PEQUENOS, MAS INFLUENTES (MENOS DE 400 MIL FILIADOS)

PC do B PSOL PV

PEQUENOS POUCO INFLUENTES (MENOS DE 400 MIL FILIADOS)

PCB PCO PHS PMN PRB

PRP PRTB PSC PSDC PSL

PSTU PTC PT do B PTN

ESPECIALISTA LAMENTA FIM DE REGRA LIMITADORA DOS PARTIDOS

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFRGS, Benedito Tadeu César explica que a atual legislação eleitoral nasceu no início dos anos 1980, quando as legendas estavam se reorganizando após a ditadura militar. Naquele momento, entendeu-se que o surgimento de siglas deveria ser facilitado. Hoje, ele acredita que essa etapa foi vencida:
– Temos excesso de partidos, a maioria sem qualquer expressão.
André Marenco, professor de Ciência Política da UFRGS, concorda que, depois de 25 anos de estabilidade democrática, chegou a hora de a legislação deixar de ser permissiva:
– Os partidos devem ser tantos quantos os eleitores decidirem manter com seus votos. É uma brutal distorção conceder quase 30% do programa eleitoral, que é um bem público, para partidos com menos de 2% dos votos.
Marenco lamenta que o Supremo Tribunal Federal tenha derrubado a cláusula de desempenho que poderia depurar o quadro partidário brasileiro. Segundo a legislação – aprovada em 1995, mas julgada inconstitucional –, a partir de 2006 o partido que não obtivesse pelo menos 5% dos votos para a Câmara dos Deputados, em no mínimo nove Estados, perderia o acesso a 99% dos recursos do Fundo Partidário (recurso público anual distribuído conforme o tamanho das bancadas na Câmara e que somará R$ 160 milhões este ano) e teria apenas dois minutos na TV por semestre.
A falta de dispositivos como esses favorece o surgimento do que o cientista político Fernando Abrucio, da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, chama de “caçadores de verbas públicas”: pequenas agremiações interessadas em negociar tempo de TV ou se projetar para eleições seguintes graças à visibilidade dos programas eleitorais.
– Quem concorre a presidente ganha exposição, é ouvido em todo o país e, eventualmente, pode se projetar. Foi o que aconteceu com Enéas Carneiro – diz Benedito Tadeu César, lembrando o ex-candidato à Presidência pelo Prona que, na campanha de 1989, com apenas 15 segundos no horário eleitoral, tornou-se popular com o bordão “Meu Nome é Enéas”

NANICOS INCHAM A CORRIDA PRESIDENCIAL

Com uma legislação permissiva, pelo menos 10 candidatos de siglas pouco representativas ocuparão 27% do horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV para tentar chegar à Presidência da República
Quando o horário eleitoral começar, em agosto, pelo menos 13 candidatos aparecerão no rádio e na TV pedindo o voto dos brasileiros para presidente da República. Se o cenário atual for mantido, será o maior número desde os 22 inscritos para as eleições de 1989.
Impulsionados por uma legislação permissiva e irrigados com dinheiro público, a grande maioria vai pleitear uma vaga para a qual tem chances mínimas. Dez vão concorrer por partidos que, em 2006, receberam menos de 2% dos votos para deputado federal. De tão pequenos, seis sequer contam com representantes na Câmara.
Ruins de voto, esses microcandidatos receberão, no entanto, um espaço generoso no rádio e na TV: 27% do tempo da propaganda eleitoral obrigatória será ocupado por estranhos como Américo de Souza (PSL) ou veteranos de eleições passadas, como José Maria Eymael (PSDC). Em cada programa, terão no mínimo 38 segundos, cada um, para falar aos eleitores. E os brasileiros, para conhecerem os planos desses candidatos para o país, ainda pagarão R$ 2.130 a cada segundo – estimativa baseada nos R$ 851 milhões que deverão custar ao governo, em renúncias fiscais, as 111 horas de propaganda eleitoral deste ano.
O pluripartidarismo é uma característica comum às democracias, decorrência quase natural da liberdade de organização partidária desses regimes.
Mas, enquanto a maioria dos países impõe barreiras à atuação de siglas pouco representativas, a legislação brasileira, além de facilitar a criação e existência de micropartidos, ainda irriga seus cofres com dinheiro público e os contempla com espaços gratuitos no rádio e na TV. O resultado é que o país tem hoje 27 partidos, 12 deles com menos de 15 anos de existência.
Para a maioria dos cientistas políticos, não há motivos que justifiquem a existência de tantas agremiações.
– Não temos 27 ideologias políticas – diz Paulo Moura, coordenador do curso de Ciências Sociais da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

PRESOS PODERÃO RECEBER VISITAS VIRTUAIS

Os detentos em penitenciárias federais poderão receber visitas virtuais da família, por meio de videoconferência. Pelo menos 50% dos presos já se inscreveram para participar do programa, que será oficialmente lançado nesta sexta-feira pelo ministro da Justiça, Paulo Barreto.
MAIS INFORMAÇÕES
O projeto Visita Virtual e Videoconferência Judicial permitirá que os presos das penitenciárias de Catanduvas (PR), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN) escolham três pessoas - entre familiares e amigos - para visitas virtuais. As 27 defensorias públicas do país em todas as capitais já estão de posse do equipamento que permitirá as visitas. Os visitantes também devem fazer o cadastro e enviar documentação às penitenciárias federais, etapa necessária ao agendamento dos "encontros".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

GOVERNO CORTA GASTOS DE R$10 BI PARA ESFRIAR ECONOMIA

REUTERS
Por Maria Carolina Marcello e Ana Nicolaci da Costa

BRASÍLIA, 13 de maio (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que o governo irá "jogar um pouco de água fria na fervura" e cortar 10 bilhões de reais do Orçamento em gastos de custeio para que a economia não cresça demais. "Chegamos à conclusão que devemos fazer uma redução de 10 bilhões de reais para este ano, além do contingenciamento que já tínhamos feito... Somando isso, dá mais ou menos 1 por cento do PIB", disse Mantega a jornalistas. "Nós consideramos que essa soma é suficiente para fazer o efeito anticíclico que queremos. "Em março, o governo já havia anunciado o contingenciamento de 21,8 bilhões de reais do Orçamento. Segundo Mantega, investimentos e programas sociais serão preservados. "Nós estamos avaliando se a demanda brasileira está acima do normal ou acima de um crescimento em torno dos 6%", disse mais cedo, antes de reunião com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em que o corte foi discutido. "A demanda nacional é composta de demanda privada e demanda pública. Então, a melhor maneira de jogar um pouco de água fria na fervura é diminuir os gastos de custeio do governo. "Segundo Mantega, o governo terá um papel anticíclico para não permitir um crescimento de 7 por cento da economia neste ano. "A economia está aquecida, não está superaquecida, a gente tem que observar... Tem gente falando que o PIB está crescendo 7,5 (por cento), 7 por cento, eu não acredito nisso", disse. "De qualquer forma, como o governo pode fazer um papel anticíclico, não deixará um crescimento de 7 por cento porque nós podemos aumentar juro, diminuir gasto, diminuir investimentos. Nós temos os instrumentos na mão para manter a economia crescendo de forma sustentada." Nesta semana, Itaú Unibanco e Bradesco elevaram suas projeções de crescimento do país para a casa dos 7 por cento. Paulo Bernardo disse que ficou preocupado porque esta é a primeira vez que o governo faz um novo corte do Orçamento depois do contingenciamento de início de ano. "Normalmente, a gente faz um contingenciamento grande o suficiente, e depois vamos fazendo liberações... (Mas) nós nos convencemos de que era importante também ajudar com a política fiscal." O relatório com a revisão orçamentária será apresentado ao Congresso no dia 20 e, segundo Bernardo, os cortes não serão lineares entre os ministérios.
MAIS EFICAZ QUE JURO
Mantega reiterou a previsão de que a economia cresceu a uma taxa anualizada de 8 por cento no primeiro trimestre, impulsionada pelos estímulos do governo, mas argumentou que o segundo trimestre já desacelerou um pouco. "A vantagem (do contingenciamento) em relação a outros instrumentos para combater inflação é que você faz na veia porque você tira a disponibilidade de o ministério fazer o gasto", disse o ministro. "Quando você eleva a taxa de juro, demora para fazer efeito, porque até desestimular o investimento, até a fábrica interromper aquilo que está fazendo... demora quatro, cinco, seis meses." Em evento no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, classificou como válido um corte nos gastos a fim de conter a inflação. "Qualquer ajuda é bem-vinda nesse processo", destacou. O economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman, avaliou no evento que a magnitude do corte" parece razoável, mas para o grau de aceleração da economia tendo a imaginar que seja pouco". "No que diz respeito a ser uma redução de gastos em relação ao que nós temos hoje é um fenômeno positivo... se for uma redução de gastos ao nível que hipoteticamente iria acontecer, aí é menos positivo.... Seria interessante que o fardo do ajuste da demanda não ficasse só sobre o BC", acrescentou. Em abril, o BC elevou o juro básico pela primeira vez desde setembro de 2008.

10 HABITOS FOR EXPORT

O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, fez uma pesquiza com estrangeiros residentes no Sul, para saber o que eles mais aprovam nos hábitos dos brasileiros. São 10 itens:
1. Bares abertos até mais tarde. No exterior não existe esse mau hábito brasileiro, amanhecer pelos bares da vida.
2. Abraços. Eles, os de fora, adoram ver e sentir o abraça-abraça dos brasileiros. Lá fora são frios.
3. O bom atendimento brasileiro. Ingleses e franceses, em particular, não gostam de serem abordados, quando estão comprando.
4. O "jeitinho" brasileiro. Os de fora gostam de ver como sempre "resolvemos" as coisas.
5. O costume, só nosso, de compartilhar bebidas. Não gostamos de beber sózinhos. Eles aprovam isso.
6. A maneira gentil com que os brasileiros "recebem" os extrageiros. Especialmente na França é notório o mau humor local para com os turistas, sem falar no racismo, marca de qualquer pais europeu.
7. Os hábitos de Higiene dos brasileiros. Tomar banho diariamente e escovar os dentes após as refeições tambem é coisa só nossa. Porque voces acham que os melhores perfumes estão na França?
8. A prática de exercicios f[isicos. O cuidado que os brasileiros tem com o corpo, a mente e a saude, de um modo geral, sendo ou não atletas.
9. O hábito de dar e receber carona. Tambem foi indicado como coisa de brasileiros.
10. Priorizar o almoço como a refeição mais importante do dia. Hábito 100% aprovado. Nos EUA, a refeição mais importante é a da manha. Na Europa eles se empanturram de comida antes de dormir. 

LULLA DEFENDE O IRÃ, NA RUSSIA

A manchete é do site Terra News. E fica a pergunta, direta: quanto o Sr. Lulla da Silva está recebendo, em espécie, para assumir o papel de advogado do Irã em questões nucleares? E é preciso que fique bem claro uma coisa: quando fala em defesa dos objetivos nucleares do Irã, Lulla da Silva fala exclusivamente em seu nome, não dos brasileiros. O mesmo se repete quando o próprio "tenta" abrir espaço num outro letigio, milenar e tão áspero quanto a questão nuclear do Irã, o dialogo entre palestinos e israelenses. Lulla da Silva não é habilitado para questões diplomáticas internacionais. Sequer consegue resolver os assuntos internos do Brasil, quanto mais de outros paises. E esquece um detalhe fundamental em politica externa: mentiras são o pior negócio, pois existem milhares de pessoas observando tais negociações.      

terça-feira, 11 de maio de 2010

O BRASIL É UMA FALSA FEDERAÇÃO

ENTREVISTA

“O Brasil é uma falsa federação”

Roberto Romano, Filósofo e professor de ÉticaProfessor da Unicamp.

Roberto Romano diz que o Brasil ainda tem traços de Império e, por isso, sua política produz alianças absurdas.
Zero Hora – Há uma banalização das alianças?
Roberto Romano – Uma banalização inevitável dentro do nosso atual sistema. Hoje, 70% dos recursos arrecadados no Brasil seguem direto para os cofres federais. Depois, são distribuídos entre as regiões a partir de pactos políticos. Portanto, ocorre uma supercentralização do Estado. O presidente é cobrado para liberar mais recursos para quem o apoia e cede porque, sem apoio, não consegue governar.

ZH – Como se pode alterar isso?
Romano – O Brasil é uma falsa federação. Os Estados têm muito pouca autonomia. Enquanto o Brasil não deixar de ser um Império, necessariamente haverá fisiologismo no Congresso. Ninguém é reeleito sem levar recursos para sua região, e a forma como o parlamentar faz isso muitas vezes é contestável. É preciso lutar por uma federalização de fato, em que os Estados tenham mais autonomia e leis próprias, além de definições sobre percentuais da distribuição de recursos. Essa superconcentração de recursos estimula a corrupção, porque há intermediários demais.

ZH - 09 de maio de 2010 N° 16330

quinta-feira, 6 de maio de 2010

POR QUE MULHER NÃO VOTA EM MULHER!

Céli Regina Jardim Pinto*

Nunca se falou tanto na importância do voto da mulher como agora. De um momento para o outro, a mídia e os institutos de pesquisa acordaram para o fato de que mais da metade do eleitorado brasileiro é composto por mulheres, daí que o voto da mulher importa.
E isto realmente é uma novidade, pois até agora o voto da mulher não era levado em consideração pelos candidatos como uma variável fundamental. Também a própria ausência da mulher na vida política parlamentar não preocupava os formadores de opinião e principalmente os partidos políticos. Somos hoje um dos países de menor presença de mulheres no parlamento. O Brasil ocupa o lugar 148 no ranking de mulheres no parlamento, em um total de 180 países. Nossos índices se assemelham aos dos países muçulmanos, onde, como é sabido, as mulheres têm enormes restrições para participar do mundo público. Na Argentina, por exemplo, as mulheres são 40% dos parlamentares; no Brasil, 9%.
Aqui não é o espaço para discutir esta complexa questão, mas para levantar outro problema que tem vindo acoplado à “novidade” do voto da mulher, que é o fato aferido pelas pesquisas de opinião de que as mulheres votam menos em mulher do que os homens. São muitas as possibilidades de respostas, que transitam do preconceito das mulheres em relação às próprias mulheres na política até a ideia de um voto mais consciente e estudado e não definido muitos meses antes da eleição. Há inclusive estudiosos que apontam a íntima relação da mulher com a TV para afirmar que as eleitoras só definem o voto depois da propaganda eleitoral gratuita.
Tenho acompanhado as campanhas das candidatas mulheres a todos os cargos no Rio Grande do Sul e mesmo fora dele nos últimos anos, e minha conclusão é um pouco diversa. Analisando as campanhas das candidatas na TV, no rádio, na internet, em panfletos, penso que uma das mais fortes razões para as mulheres não votarem em mulheres é o fato de que as candidatas mulheres não se apresentam como tal. Daí não haver razão para que as mulheres considerem na sua decisão de voto o fato de que um candidato seja mulher.
Após 30 anos de feminismo e de importantes vitórias das mulheres, feministas ou não, tanto no campo dos direitos quanto no campo de comportamento, chega às raias do incompreensível o fato de as mulheres que se propõem a prefeitas, governadoras e presidente não falarem para as mulheres e para os homens como mulheres. Quando as candidatas tiverem consciência de que chegaram até onde chegaram não só pelos méritos individuais, que todas, evidentemente, têm, mas como resultado de uma luta de mais de 30 anos do movimento das mulheres pelo direito de existir plenamente como cidadã, certamente se apresentarão como candidatas mulheres. Neste momento, as mulheres começarão a votar nas mulheres.

*Professora do Departamento de História da UFRGS, doutora em Ciência Política e pesquisadora convidada na Universidade Livre de Berlim, Alemanha