A QUESTÃO DA TERRA.

Uma coisa nós somos obrigados a admitir: embora não seja o criador, o presidente Lulla fez escola em matéria de se dissociar de uma coisa ruim, que lhe empresta maus conceitos quando em julgamento, como numa eleição, por exemplo. Em depoimento à CPI do MST, o presidente do INCRA, sr. Rolf Hackbart, foi mestre na tática. Citações como "seu raciocinio apresenta lógica, mas parte de uma premissa errada" e "essa questão está desfocada no debate, precisamos ver isso por outra ótica", foram as mais usadas pela autoridade publica para o setor da Reforma Agraria. Lógico que qualquer um vai concordar que a Agricultura Familiar é importantissima e que em alguns paises, não todos, ela foi e é de suma importância para a produção de alimentos e para o desenvolvimento de qualquer sociedade mais justa e mais humana. O INCRA se dissociar do MST é uma tática muito boa, lógico. O INCRA é o braço financeiro, assim como o MST é o braço armado de um movimento muito mais amplo com objetivos de começo de uma revolução socialista, a partir do campo. São os maoistas, ou adeptos de Che Guevara, idiotas pensando em reproduzir aqui no Brasil, conceitos que só funcionaram em outros lugares. Primeiro que Mao só "venceu" a revolução comunista chinesa por que ficou só olhando os japoneses quase destruirem seu proprio país, portanto, um traidor, não patriota. Depois ficou fácil. Che Guevara era bom só com o fuzil, mas isso qualquer brasileiro é, especialmente os traficantes do Rio. Quando foi Ministro da Agricultura não conseguiu sair da monocultura da cana-de-açucar. Até hoje as cooperativas da terra de Cuba produzem bem pouco, sendo que 70% dos produtos agricolas lá produzidos o são por 5% de arrendatários privados das terras públicas. Mesmo quando foi presidente do Banco Central de Cuba, uma atividade facil, em teoria, o Che foi um fracasso, afundou o Banco. Mas aqui na terra dos tupiniquins idiotas, é herói, lembrado em toda invasão que é feita. Ninguem, que seja agricultor de verdade, faria o que os bandidos que invadiram aquela fazenda em São Paulo fizeram. Quem ama a terra não destrói. Ao contrário, conserva. Ainda temos um longo caminho para conseguirmos equacionar o problema da terra no Brasil, mas com certeza, o viés ideologico não é melhor caminho.