domingo, 17 de janeiro de 2010

A GESTÃO PÚBLICA E O REGIME MILITAR

Nos anos pós-JK, o Brasil entrou em ebulição social devido a ação de diversos grupos terroristas, de inspiração marxista/trotskista, atuando no país sob apoiamento de paises socialistas como Rússia, China, Coréia e Cuba, não só com dinheiro mas também em treinamento e armas. Dentro desse contexto, os militares reagem à anarquia reinante e, após a fuga Sr. João Goulart do Brasil e um breve momento de adaptação, com uma Junta Provisória de Governo, o Regime Militar assumiu a direção do país, sob a presidência do Mal. Castelo Branco. Obviamente que o viés principal adotado pela Administração Militar era a Contra-Revolução, devido ao momento político anterior a 1964. É importante ressaltar o grande apoio da população civil ao novo regime, até 1967, quando ocorre então o golpe dentro do golpe, com a tomada do poder pelo general gaúcho Costa e Silva. Daí em diante não teve pra ninguém, só deu gaúcho no poder, até o governo do general João Batista Figueiredo, um carioca convertido ao estilo gaúcho, que não conseguiu eleger seu sucessor no Colégio Eleitoral, numa traição covarde de um político profissional, José Sarney, que muito lambeu as botas dos ditadores militares, sendo inclusive um dos primeiros a aderir e apoiar o Movimento. Dinossauro ainda ativo na política.

É fundamental analisarmos a formação militar dos oficiais que fizeram a contra-revolução de 1964, de inspiração francesa, oriunda ainda do estado napoleônico, de rígida formação. Daí porque a idéia de se perpetuar no poder. Na era napoleônica, eram militares os principais expoentes da sociedade: professores, médicos, a policia e por conseguinte, os administradores públicos. Fossem de formação pós 2ª Guerra, quando mudou a metodologia de formação militar, passando à influencia norte-americana, a história poderia ter um desfecho diferente. Pelo modelo americano, seria entrar, dominar, eliminar os inimigos do Estado, promover uma eleição e devolver o governo aos civis. E isso tudo em não mais que dois anos, apenas. Se tal tivesse ocorrido talvez hoje estivéssemos vivendo um momento bem diferente da nossa historia, com alterações políticas, sociais e econômicas, cujos reflexos se fariam sentir principalmente na Administração Publica, onde o Brasil ocupa um lugar de destaque, primeiro pelo alto grau de corrupção que domina as administrações, e tambem pelo alto nível de burocracia interna que emperra os sistemas produtivos.

O período mais duro da repressão, onde os combatentes subversivos foram completamente dominados, tanto na contra informação como no campo militar, com o uso de uma técnica condenável, a tortura, coincidiu com o período do chamado Milagre Brasileiro. Por uma questão de princípios, devo dizer que contra terroristas vale tudo, não só a tortura como a eliminação física, que deve ser assumida publicamente. Afinal, os ditos revolucionários também desejavam nos impor uma ditadura, mas que teria sido pior ainda, com viés socialista.

Após a conquista do tri-campeonato mundial de futebol de 1970, no México, o Regime, numa tentativa de se manter no poder, se lança às grandes obras, uma delas em especial, faraônica, chamada Transamazônica, que acabou engolida pela floresta novamente. Outras nem tanto, como a Ponte Rio-Niteroi, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a própria Usina Nuclear de Angra dos Reis, agora retomado seu desenvolvimento pela atual administração federal. Alias, uma das características dos partidos políticos de inspiração socialista é sempre criticar, quando na oposição, as iniciativas de outras administrações. Quando no poder, seguem a risca a cartilha, assumindo então os projetos de outros partidos e ainda mais, dando prioridade total. É o caso da política econômica do Brasil, onde o atual governo não só manteve a mesma política financeira como ainda convidou o presidente anterior do Banco Central, Henrique Meirelles, a permanecer no cargo, mesmo sofrendo grande desgaste interno, inclusive com defecções importantes.

Lamentavelmente, as duas ultimas administrações, FHC e Lula, embora tenham contribuído com o desenvolvimento e o avanço do processo político no Brasil, acabaram por errar, engolidos pelas vaidades pessoais. FHC conseguiu a estabilidade da moeda e o surgimento de um novo Brasil a nível internacional, ainda que severamente criticado por Lula pelas suas muitas viagens. Acabou com a inflação, herança do Regime Militar, mas errou ao comprar a reeleição, via cargos públicos. Já Lula conseguiu um feito histórico comparável ao realizado por Ghandi na Índia, Lech Walessa na Polônia ou Nelson Mandela na África do Sul. Nunca antes na historia desse pais houve um presidente do povo, sem formação superior e com tamanha popularidade. Mas isso teve um preço e Lula ficará marcado muito mais pelo Mensalão e pela turba de mentirosos e corruptos que com ele vieram ao poder. Mesmo sendo conhecido como um líder sindicalista com grande poder de negociação, não conseguiu, ou não quis, impulsionar as reformas mais necessárias ao Brasil, em especial a Trabalhista e a Política. Mesmo com um presidente sindicalista, temos uma alta taxa de trabalhadores informais, sem direitos nenhum, na ordem de 50% do total de trabalhadores ativos. Perdemos momentos favoráveis importantes do cenário mundial, onde poderíamos ter avançado muito mais, por estarmos atrelados a discursos e políticas retrógradas, sem reformas e avanços, e pelo apoio político internacional a Hugo Chaves, da Venezuela e Ahmadinejad do Irã, nas suas aspirações nucleares.

Mesmo que os caríssimos programas de TV falem de sucessos, os indicadores sociais provam o contrario, como o aumento do analfabetismo, da violência e das drogas, em níveis nunca antes sentidos e, numa realidade mais perto de nós, o descaso da saúde e a falta de emprego aos jovens em idade de começar a vida. Gestão Publica, deveria ser a promoção, pelos governos, das políticas sociais e econômicas que impulsionassem o desenvolvimento do país, como um todo, e não apenas para alguns filiados a esse ou aquele partido político. Função de governo é promover o desenvolvimento, não fazer. Fazer cabe a sociedade, como um todo. Até porque, governos e/ou partidos políticos envolvidos em obras, todos nós sabemos muito bem o que quer dizer. Na prática, aqueles que substituíram os militares no poder nunca alcançaram o mesmo nível de trabalho e desenvolvimento que o antigo regime conseguiu fazer, mesmo tentando copiá-los, via PAC, o antigo PND. E ambos com a idéia de Estado Máximo, o que na nossa ótica política é errado. Quem faz um pais forte e grande é o seu povo, não um governo.

2 comentários:

  1. Você falando da história e esquece que o patrimonialismo vem desde a colonização junto com a corrupção.
    Hoje vemos também o mensalão do PMDB, por que não falar, junto como o propinodulto dos metros de São Paulo????
    Qual quer extremo é perigoso, temos que olhar como um todo, não as particularidade de cada fase política e defender as boas e esquecer os fatos absurdos. CUIDADO!

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    1. Primeiro: Você deve ser anônimo porque talvez não saiba fazer o próprio nome, assim como não sabe que "qual quer" escreve-se (qualquer) e qualquer palavra seguida de plural (as) torna-se "particularidadES... Mas entendo, pois sei que isso é digno de um Ptista...Ah, não anônimo. Me chamo Carlos/Mossoró-RN

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